14 de janeiro de 2010

A OPINIAO DE ADILSON TAJU

Assalam wa aleikum wa rahmatullah wa barakatuh Estimado colega Nguja Tive a oportunidade de ler o seu artigo ou análise. E ainda que já não seja pertinente, há um aspecto que chamou-me atenção e que diz respeito ao Zimbabwe, em que vê a possibilidade das autoridades moçambicanas utilizarem a pressão económica para influenciar as autoridades de Harare a efectuar mudanças. > Sem quer pegar um mero aspecto do seu artigo, e respeitando o seu ponto de vista, peço que faça uma reflexão sobre a exortação ou solução para resolver os problemas do Zimbabwe,tendo em conta alguns aspectos e experiências. > 1- A história vem mostrando que a pressão económica sobre os países pouco tem produzido mudanças de relevo, a menos que essa mudança seja produto de uma necessidade intrinseca a liderança. Senão vejamos em mais de 40 anos de embargo os Estados Unidos pouco conseguiram mudar em Cuba, em termos políticos, recorrendo a pressão económica. O mesmo sucede-se com a Coreia do Norte, Irão, Sudão, o mesmo sucedeu-se com o Iraque, etc. Pelo que, no caso de Cuba foi preciso esperar que Fidel Castro caisse de cama para se introduzir algumas mudanças, ainda que em termos políticos esteja ainda longe daquilo que é o desejo dos Estados Unidos. O Zimbabwe, caso em estudo, não viveu um cenário diferente, se bem se recorda, a Commonwealth suspendeu o país e cortou os financiamentos que o mesmo tinha acesso. E hoje, Robert Mugabe pressiona Morgan Tsvangirai no sentido de falar com o Ocidente no sentido repor o financiamento ao país. Ou seja uso esta falta de financiamento como arma de pressão sobre Tsvangirai, quando a posição do Ocidente ao suspender o apoio ao país era pressionar Mugabe a mudanças. A realidade mostra que nisto de pressionar o país ou as lideranças pelo lado económico, numa língua mais popular, pelo estômago tem produzido efeitos colaterais, porque o povo é que acaba por sofrer as restrições, e não as lideranças. Ademais, se a ideia por trás da suspensão da ajuda é levar a uma revolução, África está prenhe de exemplos de revoluções que mais do que produzir resultados salutáveis, prejudicaram o país. Mais uma vez o Zimbabwe é um exemplo a ter em conta. > A questão que o coloco e sobre a qual o convido a reflectir é : Será que a aplicação de sanções, a pressão económica, a suspensão da ajuda, de facto, leva a mudança de atitude por parte das lideranças? Será que este é o caminho para a resolução dos problemas do Zimbabwe e eventualmente de mudanças políticas em Cuba e em outros países? Se sim, o está a falhar? Se não, qual é a via para resolução dos problemas? Diálogo, formação de governos de unidade nacional ou será que África precisa mais de unidade, ainda que na figura de partidos únicos, englobando todos os outros movimentos da oposição? Será que a verdadeira democracia, de liberdades, etc para África é incompatível com o regime monopartidário? Será que o africano não tem a sua visão própria de democracia? > Julius Nyerere disse uma vez que "a luta de libertação em África, era uma luta pela fim da pobreza.....". E não com restrições económicas que levaremos os nossos povos a escolher o caminho da democracia e da mudança. Porque um estômago fazia não está proecupado com políticas, com democracia, etc. Uma pesquisa do Afrobarometer relativo a 2007, mostra que o apoio a democracia em África tem reduzido. Mais actualmente, percebemos que os africanos se distanciam mais da política e dos políticos, estão mais preocupados com as suas necessidades mais prementes, e quando o estado é incapaz de as satisfazer, poucas vezes o pressionam, recorrendo ao "do it by yourself". Depois perguntamos porque será que não se investiga os rendimentos de muitos moçambicanos? E se assim for e a verdade vier ao de cima num estado em capaz de dar resposta as preocupações dos cidadãos, quem sustentará as milhares de famílias? Atenção que não defendo a corrupção, o crime organizado ou a fuga ao fisco. Mas pergunto, de que mesmo vive o moçambicano? Onde vai buscar o dinheiro para fechar o seu défice financeiro, que o salário não completa? Caro Nguja acho que por hoje foi suficiente. Reflicta sobre as questões que levanto e revisite o seu artigo...... Sempre Adilson Tajú Massalam

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