13 de maio de 2009
POLITICA EXTERNA DOS EUA PARA A AFRICA O equilibrio entre as expectativas dos Africanos e as prioridades da Administraçao Obama
1. Introduçao
A Administraçao Bush definira um estilo de política pragamatica baseada essencialmente em interesses. O facto já fora denotado no manifesto do partido Republicano para as eleiçoes de 2000. Tal estilo de política externa agravara-se pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001. A partir desses eventos, o Governo Republicano de George Bush foi obrigado a redefinir prioridades para a sua política externa. A Administraçao Bush definiu a segurança e luta contra o terrorismo como a prioridade para a política internacional. Tal facto marginalizou a agenda internacional definida pela comunidade internacional sob capa da Organizaçao da Naçoes Unidas (ONU). A agenda internacional englobava para além de aspectos de segurança militar, a luta contra a pobreza, o comercio internacional justo e a protecçao do meio ambiente. Marginalizando os objectivos de luta contra a pobreza, e considerando que a Africa é um continente pobre, pode se concluir que a Administraçao Bush marginalizava também a África.
Hoje, volvidos 9 anos, a esperança, nao só de Africa, como do mundo inteiro, renasce! Barack Obama, candidato democrata para as eleiçoes americanas de 2008, por sinal de origem negra, renasce mais ainda a esperança dos povos africanos!
Que estilo de política externa terá este homem definido para o continente negro?
Volvidos 100 primeiros dias da sua governaçao, que leituras podem-se fazer entre as expectativas dos africanos e as realizaçoes daquele Governo?
Estas e outras questoes serao debatidas neste artigo de analise em Relaçoes Internacionais.
2. A política externa da Administraçao Obama
Barack Obama prometeu ao mundo um estilo diferente de política externa. Ela seria baseada na diplomacia, modéstia, cooperaçao baseada nos princípios do direito internacional e instituiçoes internacionais. Obama prometeu também terminar com as torturas, cooperar em prol das políticas sobre as armas nucleares e cooperar em prol da sustentabilidade ambiental.
Obama prometeu e tem vindo a cumprir com sua promessas. Sao visíveis negociaçoes em prol da transferencia dos prisioneiros de Guantanamo, visando o encerramento daquela base dos EUA. Obama tem pautado pelo diálogo com os paises que outrora foram inimigos, aliás, paises do eixo do mal. Excepçao vai para a Coreia do Norte que continua testando mísseis balísticos sem o aval da comunidade internacional.
Se bem que outrora, Bush confrontou-se com os atentados terroristas de 11 de Setembro, Obama encontrou o revés da crise financeira internacional. Alguns ajustes da sua governaçao tem sido dedicadas a essa crise.
Em termos de segurança, Obama transferiu as atençoes do Iraque para o Afeganistao e, por forças de circunstancias, para o Paquistao.
3. A política externa para a África
Como se denotou atrás, Obama é o primeiro presidente dos Estados Unidos da América (EUA) de raízes africanas, e de raça negra. Com a sua ascensao ao poder, muitas expectativas se desenvolveram no seio dos povos africanos.
Se bem que Barack Obama é mais um presidente ordinário dos EUA, com boa vontade de colaborar com o sistema internacional, as expectativas dos africanos em torno deste presidente vao se frustrar.
Parte do povo africano espera pela reabilitaçao total do continente africano. Houve casos em que parte do povo do Quénia pediu que Obama reabilitasse as escolas da regiao, suas casas, etc.
O Quénia, país de origem do pai de Barack Obama, declarou a data da eleiçao de Obama (5 de Novembro), como feriado nacional.
Em relaçao a África, a Administraçao Obama tem como desafios:
• A crise na regiao sudanesa de Darfur;
• A falta de um governo há 18 anos na Somália;
• O conflito e ingovernabilidade da República Democrática do Congo;
• A pirataria no largo do Golfo de Áden;
• A pobreza absoluta;
• A corrupçao;
• A crise da dívida;
• A crise no Zimbabwe;
• A crise no Madagascar;
• Problemas ambientais;
• Etc.
Volvidos 100 dias de governaçao, a Administraçao Obama pouco fez em relaçao ao continente Africano. Senao vejamos:
• Em relaçao a Madagascar, Obama nada fez senao condenar o golpe de estado;
• O mesmo aconteceu em relaçao ao golpe de Estado na Mauritania;
• Se bem que enviou Scott Gration ao Sudao, os efeitos imediatos ainda nao começaram se fazer sentir;
• Obama nomeou Johnnie Carson para o Sub Secretário de Estado para Assuntos Africanos, que pouco tem se destacado na busca de lobbies para este continente;
• A Administraçao Obama levou a diante a ideia do Comando Militar para a África (AFRICOM) para o combate ao terrorismo em África, repressao aos regimes militares hostis e assistencia humanitária, algo inefectivo até hoje;
• Em relaçao a pirataria na Somália, Obama nada fez senao intervir em situaçoes que diziam respeito ao resgate das fragatas do seu país;
• Etc.
Conclusao
Foram elucidadas as directrizes da política externa da Administraçao Obama para o continente Africano. Foi também feito o balanço sobre as actividades da mesma Administraçao para com o continente Africano. Se bem que as expectativas dos povos africanos sao demasiado exageradas, a Administraçao pode definir prioridades entre a paz e segurança, e o desenvolvimento das naçoes. Terminar com os conflitos em África deve ser prioridade de quem quiser ajudar o continente. O seguinte desafio seria tirar o continente africano da pobreza absoluta nos moldes dos Objectivos de Desenvolvimento do Milenio (ODM). Por último, os EUA (e outros Estados Ocidentais) deviam criar um mecanismo justo para a participaçao de Africa no comércio internacional.
Websites consultados
1. http://www.helium.com/items/897418-us-elections-2008-obamas-foreign-policy-toward-africa
2. http://www.fpif.org/fpiftxt/6096
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